segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Conferência de Copenhage: Visão terceiro mundista.

Tenho acompanhado as notícias da conferência sobre o clima nesse dias, sendo terceiro mundista até a medula como opção de vida e geógrafo como opção profissional me julgo no “direito” de tecer algumas considerações.

Para ser sincero sempre vi com alguma desconfiança essa questão “ecológica” desde os tempos da minha graduação quando houve a famosa conferência mundial de meio ambiente também conhecida como RIO 92, o que provocou uma verdadeira “febre” sobre o tema.

É claro que é necessário equacionar o crescimento economico com as condições naturais do planeta e que existem problemas sérios a serem enfrentados como as reservas de água doce, o crescimento desordenado de centros urbanos, a pressão sobre os recursos naturais em países de alto crescimento econômico e super-populosos como China e Índia e é claro o padrão de consumo americano que precisaria de “10 planetas terras” se todos os tivessem, entre outros problemas.

Porém, vejo sinceramente, essa temática do “aquecimento global” com desconfiança dentro de algumas óticas que vou expor:

1. Por que esse tema é exaustivamente debatido pela mída mundial, sendo que, apesar do relatório do IPCC, existem cientistas afirmando que não está havendo o tal do aquecimento global e que o mesmo depende de complexos fatores que não só a emissão de CO2?

2. Por que é exigida medidas que podem conter o ritmo de crescimento de alguns países subdesenvolvidos justamente num momento em os países desenvolvidos perdem força e que os chamados BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia e China) desenham uma nova conjuntura á nível mundial?

3. Será que os países e instituições poderosas estão mesmo a fim de resolver o problema do “aquecimento global”?

Sobre a primeira temática cabe ouvir a palavra de alguns especialistas como o Geógrafo Aziz Ab Saber, mas quero me deter ao que afirma o doutor em Metereologia pela Universidade de Wisconsin (EUA), o brasileiro Luiz Carlos Balcieiro.

Para o mesmo, aquecimento e resfriamento do clima depende de fatores mais complexos tais como a capacidade de emissão de energia vinda do sol, a inclinação do eixo do planeta e a temperatura dos oceanos, sendo que os mesmos correspondem a 71% da massa do planeta, entre outros.

Balcieiro afirma que o aquecimento das temperaturas no planeta cessou em 1998 tendo como fator motivador o resfriamento das águas do Pacífico que passou de 1977 a 1998 tendo suas temperaturas mais elevadas e que a partir do mesmo de 1998 até 2020 terão suas águas mais frias, num movimento ciclico natural de resfriamento e aquecimento.

Além disso, o metereologista compara os índices de CO2 lançados pelo homem (6 bilhões de toneladas ao ano) e pelos ciclos da natureza (oceanos, pólos e vegetação com 200 bilhões de toneladas ao ano). Portanto que diferença faz diminuir os índices de CO2? É claro que a utilização dos combustíveis fósseis e fontes de energia soltam outros gases nocivos que não somente é o CO2

O cientista afirma também que as medições da elevação da temperatura feitas pelo IPCC podem ter manipulado os resultados, sendo assim as conferências sobre o clima estariam sendo baseadas em dados inverídicos; Portanto sendo utilizados para pressionar países subdesenvolvidos a não utilizem as seus recursos em pról de seus respectivos desenvolvimentos, aliás, que já foram utilizados pelos países ricos no passado. Será?

Sobre a segunda temática é necessário observar as projeções do próprio Banco Mundial prevendo num futuro não muito distante, que dentre as cinco maiores economias do mundo estarão a China (a primeira), a Índia e o Brasil.

Portanto me causa estranheza que essas conferências do meio ambiente coloquem especialmente Brasil (por conta do enorme rebanho bovino e o desmatamento na Amazônia) e China (por conta do seu extraordinário crescimento baseado em fontes de energia não renováveis) como, entre outros, os principais vilões da História.

Em relação a terceira temática, interessante observar a reportagem da revista “Carta Capital” no última semana, a mesma afirma o aporte financeiro direcionado para salvar o mercado financeiro da crise de 2008 foi de $11, 9 trilhões de dólares ( O PIB DOS EUA BEIRA A CASA DOS 13 TRILHÕES DE DÓLARES!) foram realizados com extrema rapidez e agilidade.

Segundo a revista a quantia equivalente para substituir o padrão tecnológico do mundo, ações para substituição de utilização de fontes alternativas (eólica, solar, nuclear, etc). e ações para amenizar os efeitos do aquecimento global em países pobres seria de U$ 270 BILHÕES durante todos os anos da próxima década.

Ora, sabendo-se que o valor oferecido por países e instituições poderosas para conter o “aquecimento global” é 9 vezes menor que os U$270 BILHÕES necessários, cabe a pergunta:

Será que eles estão afim mesmo? Será que esse discurso não resultará numa camisa de força aos países em desenvolvimento? Será a tese do aquecimento global uma nova farsa como foi a teria de Malthus sobre o crescimento da população mundial?


O futuro dirá.

Um comentário:

madrecita disse...

GORDO OS PODEROSOS SEMPRE GANHAM DESDE QUE O MUNDO EXISTE.
INFELIZMENTE. A SUA TESE É BEM CONSISTENTE