sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Consumismo infantil

Chegando próxima a data do Natal, aonde milhares de pais e mães irão freneticamente às compras para satisfazer os desejos “encomendados” pelos seus filhos podemos refletir a respeito de uma questão extremamente delicada e complexa que é a do marketing direcionado ao público infantil.

A publicidade possui dois objetivos básicos:

a) Informar que tal produto ou serviço existe com tais qualidades;
b) Convencer o virtual consumidor a adquiri-lo.


Na minha percepção a grande maioria das propagandas estão focadas no segundo objetivo, valendo-se de todo tipo de artifício subjetivo e idílico com a promessa fantástica de felicidade, longevidade, sexualidade, potencialidade, etc embutido por exemplo numa propaganda de carro sem nada falar muitas vezes das próprias qualidades do veículo.

Cabe nos perguntar se nós adultos mesmo tendo recursos intelectuais afetivos e psíquicos não conseguimos “resistir” a sedução das peças publicitárias imagine as crianças que são bombardeadas por uma publicidade específica e extremamente eficaz.

Podemos dizer que existe um verdadeiro “bombardeio simbólico” que adentra as defesas psíquicas das crianças para convencê-las a comprar compulsivamente, porém cabe perguntar se as mesmas possuem condições para estabelecer dentro de suas cabecinhas a relação exata entre consumo e trabalho? Ou mesmo estabelecer parâmetros entre necessidade, desejo e supérfluo?

Lembro-me até hoje quando ganhei um boneco “Falcom” e recordo-me tão bem da minha imensa decepção quando percebi que o mesmo não voava como na televisão, meus pais, que na época deviam ter pago uma boa quantia, devem ter ficado decepcionados pois depois de 10 minutos lá estava eu brincando novamente com meu futebol de botão

Há no Brasil uma proposta de parâmetros curriculares nacionais que propõe estabelecer desde o ensino fundamental o tema “Trabalho e consumo”, para mim um bom começo, pois nossos jovens estão definitivamente contaminados pela “fábula” do sucesso e da aceitação através de alguns objetos de consumo, todos sabem também que entre outros motivos a delinqüência juvenil está relacionada ao abismo existente entre desejo de consumo e a real possibilidade de adquiri-los para sermos “felizes de verdade”.

Por isso acredito fielmente, baseado na minha experiência de 10 anos de magistério, lidando com adolescentes e jovens, que esse problema deve ser encarado, pois percebo uma degradação (não digo em todos) de seus valores morais e intelectuais, pois tudo para muitos não passa de um simples consumir rápido e não um processo; Isso ficou bem claro pra mim na minha experiência como professor de curso pré-vestibular onde por mais que o assunto fosse interessante e importante sempre vinha àquela pergunta que doía na alma, mas professor isso vai cair no vestibular?

3 comentários:

Mônikita disse...

Tudo isso que vc escreveu é absolutamente verdade e 90% dos problemas dos adultos de hj vem da falta de autoestima por não terem ou não serem como é esteriptipado no cosumismo avaçalador.
Aí ficam ai sem saber ouvir e nem dizer não.
E não seguram nenhuma peteca.

FATO!

Tio Bin disse...

Acho Que os pais Tem De controlar AsCrianças Desde Pequenas Falarem A Verdade Que O Papai Noel é Um FDP e por Ai Vai

Anônimo disse...

É claro que o meu nome é apenas uma brincadeira com você Gordo, para que so você possa saber quem esta postando...
Lendo esse seu texto, me lembrei de um texto que li faz pouco tempo, de Marilena Chaui, citando uma palestra que ela havia feito, onde comentava exatamente isso que você esta questionando... As crianças de hoje são educadas para serem apenas CONSUMIDORES, e não mais CIDADÃOS que pensam e agem em função da sociedade em que vivem.... e é a pura verdade
Go, parabéns pela sua abordagem, apesar de vc reclamar que não, eu sempre leio suas postagens viu..
beijos da sua fã n°2 (pq a n° 1 é a Monica neh... rsrsrsr)